terça-feira, 4 de agosto de 2009

O RIO é Aqui

Eu pessoalmente adoro o Rio de Janeiro, gosto do povo, da praia e claro das belezas naturais.
A vinte e muitos anos atrás eu e dois amigos resolvemos fazer a Rio-Santos de mochila nas costas, tem coisas dessa viagem que me lembro com tanta clareza que parece que foi ontem.
A primeira metade da viagem foi no quintal de casa, praias que eu estava muito acostumado a ir como Camburi, Maresias e o Felix em Ubatuba.
O combinado é que não teríamos roteiro nem tempo pré determinado, enquanto estivesse bom íamos ficando mas a partir de Laranjeiras descortinou-se um Brasil que o Paulista aqui não conhecia.
Uma noite em Paraty que de anormal só teve o fato de ninguém ter dormido sozinho, além de conhecermos a maravilhosa Kibana, uma pinga de banana que pensando bem deve ser uma droga mas para um moleque de 17 anos parecia puro malte.
Chegamos a Angra dos Reis a noitinha e com bastante fome, paramos em uma democrática pastelaria que nos alimentou muito bem para o pouco dinheiro que tínhamos. Como estávamos com barracas e não dava pra acampar no meio da cidade resolvemos ficar por ali até o amanhecer, essa nossa idéia não vingou, em menos de meia hora um grupo perguntou se estávamos sem ter onde dormir e nos convidou para passar a noite na casa deles, só no Rio mesmo, aqui em São Paulo teríamos dormido na porta da pastelaria.
No dia seguinte depois do café, estrada rumo a Copacabana em Rio de Janeiro City.
Na primeira noite dormimos na praia e quando nasceu o sol fomos a uma padaria onde tomamos café, banho e ainda guardamos nossas mochilas pra buscar depois.
Antes do meio dia conhecemos duas meninas e fomos almoçar na casa de uma delas talvez o melhor empadão que comi na vida, o irmão da segunda estava indo pra Búzios ser juiz de futebol nos Jogos de verão Búzios 1983 e perguntou se não queríamos ser "sumuleiros" depois descobri que só tínhamos que preencher a súmula do jogo.
Meus amigos voltaram no final do verão, eu arrumei emprego numa pousada ficando um ano e meio em Búzios, lá vi pela primeira vez um fogão industrial.
Conto esta historia não com saudosismo mas para explicar o porquê da minha paixão pelo Rio e pelos cariocas e a maior invenção deles que é juntar os amigos em volta de uma mesa cheia de copos de chopp e petiscos.
Eu adoro o espírito de boteco e lamento que em São Paulo este clima característico esteja ficando distorcido, agora temos um monte de botecos fakes, metidos a besta e com o mesmo cardápio, caramba se é pra repetir o cardápio não precisa de tantos.
E o pior é a deselegante picanha na chapa, você convida a moça pra sair e ela passa 4 horas cuidando dos cabelos com cremes que nem sabe direito pra que servem, ai o lobo mau manda vir a picanha e literalmente defuma a moça e de quebra as moças das mesas ao lado.
Mais graças a deus temos legítimos representantes dos botecos cariocas como o Veloso que alias roubou o nome de um irmão carioca que não existe mais e tem as maravilhosas caipirinhas do Sousa, o Valadares e seus petiscos diferentes como o testículo de galo, o Pé pra fora que além de boa comida tem a cerveja mais gelada de São Paulo (até a última) e o Frangó pelo seu frango a passarinho e a variedade de rótulos de cerveja.
Que bom que posso me sentir carioca de vez em quando.

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